terça-feira, 29 de maio de 2012

Morre lentamente


Morre lentamente,
quem não viaja, quem não lê, quem não ouve música,
quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente,
quem destrói o seu amor-próprio, quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente ,
quem se transforma em escravo do hábito,
repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca,
não se arrisca a vestir uma nova cor, ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente,
quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente,
quem evita uma paixão,
quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções, justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente,
quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
quem não se permite pelo menos uma vez na vida fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente,
quem passa os dias queixando-se da sua má sorte ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
não pergunta sobre um assunto que desconhece,
ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,
recordando sempre que estar vivo
exige um esforço muito maior que o simples facto de respirar.
Pablo Neruda

Sempre!

terça-feira, 22 de maio de 2012

carrego o teu coração comigo

carrego o teu coração comigo (carrego-o em
meu coração) nunca estou sem ele (onde
eu vou tu vais, querida; e o que é feito
só por mim és tu que fazes, meu amor)
eu não temo
nenhum destino (tu és o meu destino, meu doce) eu não quero
outro mundo (pela tua beleza ser o meu mundo, minha verdade)
e tu és seja o que for que a lua signifique
e o que quer que o sol cante sempre és tu

aqui está o segredo mais profundo que ninguém sabe
(a raíz da raíz e o botão do botão
e o céu do céu da árvore chamada vida; a qual cresce
mais alto do que a alma espera ou a mente esconde)
e este é o milagre que mantém as estrelas separadas

carrego o teu coração (carrego-o em meu coração)

E. E. Cummings

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Simplesmente...

Simplesmente assim...
em silêncio...
contemplando...
ouvindo...
Sentindo!
...
Por vezes gosto assim...
Como se nada mais existisse...
Onde o presente é tudo!

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Agora

Por vezes pergunto-me: “Como será o meu dia-a-dia daqui a um ano?” …
E a resposta é sempre a mesma… “Não sei!”
Realmente não sei. Não sei daqui a um ano, nem daqui a um mês, nem amanhã… mas sei o de hoje… o AGORA. E agora… AGORA é tudo!
O tentar viver o momento presente sempre em plenitude, tentando agir sempre conforme o melhor que sei e o melhor que sou… tentando sempre ser mais e ser quem realmente sou.
…por vezes reparo que existem momentos que esqueci…
Mas…
Olhando pela janela do meu passado… sou exactamente aquilo que vivi.
Olhando pela janela do meu futuro… sei que sou e serei exactamente aquilo que vivo segundo a segundo.
Por isso… resta-me apenas o AGORA… e agora SOU TUDO.