quarta-feira, 2 de março de 2011

DEBAIXO DAS ESTRELAS


Nós, os ciganos, temos uma só religião: a da liberdade.
Em troca desta renunciamos à riqueza, ao poder, à ciência e à glória.
Vivemos cada dia como se fosse o último.
Quando se morre, deixa-se tudo: um miserável carroção como um grande império.
E nós cremos que nesse momento é muito melhor ser cigano do que rei.
Nós não pensamos na morte. Não a tememos - eis tudo.
O nosso segredo está no gozar em cada dia as pequenas coisas
que a vida nos oferece e que os outros homens não sabem apreciar:
uma manhã de sol, um banho na torrente, o contemplar de alguém que se ama.
É difícil compreender estas coisas, eu sei.
Nasce-se cigano.
Agrada-nos caminhar sob as estrelas.
Contam-se estranhas histórias sobre ciganos.
Diz-se que lemos nas estrelas e que possuímos o filtro do amor.
As pessoas não acreditam nas coisas que não sabem explicar.
Nós, pelo contrário não procuramos explicar as coisas em que acreditamos.
A nossa vida é uma vida simples, primitiva, basta-nos ter por tecto o céu, um fogo para nos aquecer e as nossas canções quando estamos tristes.

Vittorio Mayer Pasqualle Spatzo (Poeta Cigano)

Encontrei este texto no meio de umas notas de um amigo... gostei! Gostei muito... e muita razão tem Vittorio :)
Devemos tirar prazer das coisas simples... senti-las... ama-las. (Uma das minhas prioridades)
Devemos não pensar na morte e nem a temer... tirar prazer do dia a dia... minuto a minuto... segundo a segundo. (não temo a morte... temo sim a dor :( )
O essencial nesta vida é o amor... e este está em tudo o que nos rodeia... só temos que saber aprecia-lo... senti-lo... e transmiti-lo... em todos os nossos actos e palavras.

2 comentários:

Anónimo disse...

Faço minhas as palavras que aqui encontrei!!! "não temo a morte... temo a dor!"...sem dúvida!!
A dor destrói-nos...
Sofy

Ciléa disse...

E doí!...
Doi muito... doi tanto!